Três das vítimas
do ex-pastor de uma igreja evangélica na Zona Norte do Recife, que está
sendo investigado por praticar atos libidinosos contra mulheres e
estuprar uma delas, detalharam como o homem, que também é formado em
psicologia, atraía as mulheres para o gabinete pastoral, onde cometia o
crime. Em entrevista à Rádio Jornal nesta quinta-feira (27), uma das
mulheres, que terá nome e idade preservados, explicou que o investigado
se beneficiava da condição de pastor e psicólogo. No final desta
reportagem consta o áudio do relato da vítima.
"Ele usava técnicas de manipulação para ouvir nossos problemas e dificuldades e, através do nosso relato, dizia que ia nos ajudar a sermos mais felizes. Era dessa forma que ele nos atraia para o gabinete pastoral", contou.Ainda segundo a vítima, líderes da rede de igreja evangélica da qual o homem fazia parte prestaram depoimentos que foram favorável aos depoimentos das vítimas.
Outra mulher que também denunciou o pastor por abuso sexual, contou como tudo aconteceu. Na época, a vítima estava passando por problemas no casamento e estava fragilizada após perder uma gravidez. "Ele me chamou para conversar no gabinete, perguntou sobre minha vida, minha família e, em seguida, começou a perguntar sobre minha vida sexual. Sempre tive respeito por ele, porque foi ele quem batizou meu marido e fez o nosso casamento. Foi então que ele me pediu para ajoelhar, fechar os olhos e imaginar que estava em uma praia, completamente sozinha. Achava que se tratava de uma técnica e fiz o que ele me pediu. Em seguida, ele disse que era para eu me despir, já que estava sozinha na praia", conta a mulher. Em seu relato, a vítima diz ainda que o homem tocou em suas partes íntimas e pediu para que ela sentasse no colo dele.
Uma outra mulher relata um abuso sofrido em 2002. Como a outra vítima, ela também estava passando por problemas no casamento. O pastor quis saber mais sobre a vida da mulher, desde a infância, e descobriu que ela havia sofrido abuso sexual quando mais jovem. "Ele começou a querer saber mais sobre isso, dizia que era por conta do abuso que eu estava tendo problemas com o meu marido. Até que um dia disse que ia passar na minha casa. Chegando lá, disse que eu teria que fazer sexo oral nele, porque isso era uma das coisas que me fizeram fazer na infância e iria ajudar a curar a minha alma", conta a vítima. A mesma mulher ainda passou por outra situação, em que o pastor pediu uma carona e queria levá-la para um motel, sob o pretexto de que queria ver o corpo nu dela. "Ele dizia que o corpo falava e que ver meu corpo nu ajudaria a trazer respostas", lembra.
Procurada pela reportagem do Jornal do Commercio, a Convenção Batista no Recife disse que fará um pronunciamento em breve sobre o caso, e afirmou que a igreja está tomando todas as providências necessárias para o desligamento do pastor. O Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco - 2ª Região (CRP-02), em nota, informou que a Comissão Orientação e Fiscalização (COF CRP-02) "tomou ciência da situação a partir da referida matéria e está adotando as providências administrativas cabíveis à luz da regulamentação vigente".
Leia a nota do Conselho Regional de Psicologia
Em resposta ao referido JC, o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região sob sua função precípua de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicóloga/o e em fiel observância do cumprimento do Código de Ética Profissional, reitera que está a serviço da sociedade. Toda/o qualquer cidadã e/ou cidadão pode denunciar aos Conselhos Regionais de Psicologia a/o psicóloga/o que considere estar exercendo a profissão de forma irregular e/ou infringindo as legislações do Conselho Federal de Psicologia e o Código de Ética (COE CRP-02). Com relação ao caso citado a autarquia precisa apurar junto a Comissão de Ética do Conselho para verificação mediante processo administrativo disciplinar a autoria e a responsabilidade. Se comprovada qualquer infração ao exercício da ciência da Psicologia, submeterá ao julgamento, fato que poderá resultar até na cassação do exercício profissional.
A Comissão Orientação e Fiscalização (COF CRP-02) tomou ciência da situação a partir da referida matéria e está adotando as providências administrativas cabíveis à luz da regulamentação vigente.
Por fim, em defesa incansável dos Direitos Humanos, o CRP-02 reitera a importância da sociedade exercer a cidadania e encaminhar sua denúncia. Não é necessário se identificar ou mesmo se deslocar até o espaço físico do Conselho. No site estão todas as instruções, segue o link: http://www.crppe.org.br/profissional/?id=12 .
Segundo a delegada Bruna Falcão, responsável pelo caso, o ex-pastor foi submetido a um conselho com os líderes da instituição no qual foi oferecido a ele a possibilidade de renunciar ao cargo ou de continuar e ser aberto um processo administrativo para apurar a conduta. "Ele preferiu firmar uma carta a próprio punho renunciando ao ministério", disse.
A Polícia Civil de Pernambuco está investigando casos de estupro e atos libidinosos cometidos por um ex-pastor de uma igreja evangélica da Zona Norte do Recife. De acordo com a delegada Bruna Falcão, responsável pela Delegacia Mulher, até o momento oito mulheres denunciaram o homem, que também é formado em psicologia. A delegada explicou, no entanto, que quatro casos não poderão ser investigados porque os crimes já prescreveram. Um deles, inclusive, é datado do ano de 1996, quando uma das vítimas tinha 17 anos. Quatro inquéritos já foram concluídos e o homem foi indiciado pela polícia. As denúncias, segundo a delegada, começaram a chegar em janeiro de 2020.
De acordo com a Polícia Civil, o homem usava a condição de pastor e psicólogo para praticar atos libidinosos durante o atendimento pastoral. "Ele se prevalecia da sua função para tentar praticar atos libidinosos contra essas mulheres dizendo que eram técnicas de cura, libertação espiritual e psicológica e, com algumas dessas mulheres ele conseguiu consumar atos libidinosos e com uma delas a gente conseguiu materializar que ele praticou efetivamente o estupro", contou.
Segundo a delegada responsável pelo caso, o ex-pastor foi intimado para prestar depoimento no dia 13 de fevereiro, mas apresentou atestado médico alegando estar afastado das suas funções habituais por problemas psiquiátricos durante 60 dias e pediu adiamento do interrogatório. Foi marcado um novo depoimento para a semana seguinte, mas foi apresentado um novo atestado psiquiátrico e os inquéritos foram concluídos e remetidos à Justiça. "Esse segundo adiamento a gente não deferiu e resolveu não aguardar. Nós sabemos que problemas psiquiátricos a gente não tem condições de estimar a recuperação", explicou a delegada. "Os procedimentos foram concluídos sem o interrogatório do investigado e remetidos para apreciação do Poder Judiciário", completou.
A delegada ainda explicou que após as denúncias começarem a aparecer, o pastor foi submetido a um conselho com os líderes da instituição, no qual foi oferecido a ele a possibilidade de renunciar ao cargo ou de continuar e ser aberto um processo administrativo para apurar a conduta. "Ele preferiu firmar uma carta a próprio punho renunciando ao ministério", disse.
Apesar das denúncias contra o homem, a delegada explicou que não foi feito o pedido de prisão preventiva porque ele "em nenhum momento se furtou à intimação, se colocou à disposição para ser inquirido, embora contrariamente à recomendação médica". "Mas, havendo motivos justificados para que a gente peça a prisão e ele responda de maneira encarcerada aos procedimentos, isso será feito. A gente não vislumbrou a possibilidade no momento, mas isso pode mudar no futuro", disse.
"Ele usava técnicas de manipulação para ouvir nossos problemas e dificuldades e, através do nosso relato, dizia que ia nos ajudar a sermos mais felizes. Era dessa forma que ele nos atraia para o gabinete pastoral", contou.Ainda segundo a vítima, líderes da rede de igreja evangélica da qual o homem fazia parte prestaram depoimentos que foram favorável aos depoimentos das vítimas.
Outra mulher que também denunciou o pastor por abuso sexual, contou como tudo aconteceu. Na época, a vítima estava passando por problemas no casamento e estava fragilizada após perder uma gravidez. "Ele me chamou para conversar no gabinete, perguntou sobre minha vida, minha família e, em seguida, começou a perguntar sobre minha vida sexual. Sempre tive respeito por ele, porque foi ele quem batizou meu marido e fez o nosso casamento. Foi então que ele me pediu para ajoelhar, fechar os olhos e imaginar que estava em uma praia, completamente sozinha. Achava que se tratava de uma técnica e fiz o que ele me pediu. Em seguida, ele disse que era para eu me despir, já que estava sozinha na praia", conta a mulher. Em seu relato, a vítima diz ainda que o homem tocou em suas partes íntimas e pediu para que ela sentasse no colo dele.
Uma outra mulher relata um abuso sofrido em 2002. Como a outra vítima, ela também estava passando por problemas no casamento. O pastor quis saber mais sobre a vida da mulher, desde a infância, e descobriu que ela havia sofrido abuso sexual quando mais jovem. "Ele começou a querer saber mais sobre isso, dizia que era por conta do abuso que eu estava tendo problemas com o meu marido. Até que um dia disse que ia passar na minha casa. Chegando lá, disse que eu teria que fazer sexo oral nele, porque isso era uma das coisas que me fizeram fazer na infância e iria ajudar a curar a minha alma", conta a vítima. A mesma mulher ainda passou por outra situação, em que o pastor pediu uma carona e queria levá-la para um motel, sob o pretexto de que queria ver o corpo nu dela. "Ele dizia que o corpo falava e que ver meu corpo nu ajudaria a trazer respostas", lembra.
Procurada pela reportagem do Jornal do Commercio, a Convenção Batista no Recife disse que fará um pronunciamento em breve sobre o caso, e afirmou que a igreja está tomando todas as providências necessárias para o desligamento do pastor. O Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco - 2ª Região (CRP-02), em nota, informou que a Comissão Orientação e Fiscalização (COF CRP-02) "tomou ciência da situação a partir da referida matéria e está adotando as providências administrativas cabíveis à luz da regulamentação vigente".
Leia a nota do Conselho Regional de Psicologia
Em resposta ao referido JC, o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região sob sua função precípua de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicóloga/o e em fiel observância do cumprimento do Código de Ética Profissional, reitera que está a serviço da sociedade. Toda/o qualquer cidadã e/ou cidadão pode denunciar aos Conselhos Regionais de Psicologia a/o psicóloga/o que considere estar exercendo a profissão de forma irregular e/ou infringindo as legislações do Conselho Federal de Psicologia e o Código de Ética (COE CRP-02). Com relação ao caso citado a autarquia precisa apurar junto a Comissão de Ética do Conselho para verificação mediante processo administrativo disciplinar a autoria e a responsabilidade. Se comprovada qualquer infração ao exercício da ciência da Psicologia, submeterá ao julgamento, fato que poderá resultar até na cassação do exercício profissional.
A Comissão Orientação e Fiscalização (COF CRP-02) tomou ciência da situação a partir da referida matéria e está adotando as providências administrativas cabíveis à luz da regulamentação vigente.
Por fim, em defesa incansável dos Direitos Humanos, o CRP-02 reitera a importância da sociedade exercer a cidadania e encaminhar sua denúncia. Não é necessário se identificar ou mesmo se deslocar até o espaço físico do Conselho. No site estão todas as instruções, segue o link: http://www.crppe.org.br/profissional/?id=12 .
Segundo a delegada Bruna Falcão, responsável pelo caso, o ex-pastor foi submetido a um conselho com os líderes da instituição no qual foi oferecido a ele a possibilidade de renunciar ao cargo ou de continuar e ser aberto um processo administrativo para apurar a conduta. "Ele preferiu firmar uma carta a próprio punho renunciando ao ministério", disse.
A Polícia Civil de Pernambuco está investigando casos de estupro e atos libidinosos cometidos por um ex-pastor de uma igreja evangélica da Zona Norte do Recife. De acordo com a delegada Bruna Falcão, responsável pela Delegacia Mulher, até o momento oito mulheres denunciaram o homem, que também é formado em psicologia. A delegada explicou, no entanto, que quatro casos não poderão ser investigados porque os crimes já prescreveram. Um deles, inclusive, é datado do ano de 1996, quando uma das vítimas tinha 17 anos. Quatro inquéritos já foram concluídos e o homem foi indiciado pela polícia. As denúncias, segundo a delegada, começaram a chegar em janeiro de 2020.
De acordo com a Polícia Civil, o homem usava a condição de pastor e psicólogo para praticar atos libidinosos durante o atendimento pastoral. "Ele se prevalecia da sua função para tentar praticar atos libidinosos contra essas mulheres dizendo que eram técnicas de cura, libertação espiritual e psicológica e, com algumas dessas mulheres ele conseguiu consumar atos libidinosos e com uma delas a gente conseguiu materializar que ele praticou efetivamente o estupro", contou.
Segundo a delegada responsável pelo caso, o ex-pastor foi intimado para prestar depoimento no dia 13 de fevereiro, mas apresentou atestado médico alegando estar afastado das suas funções habituais por problemas psiquiátricos durante 60 dias e pediu adiamento do interrogatório. Foi marcado um novo depoimento para a semana seguinte, mas foi apresentado um novo atestado psiquiátrico e os inquéritos foram concluídos e remetidos à Justiça. "Esse segundo adiamento a gente não deferiu e resolveu não aguardar. Nós sabemos que problemas psiquiátricos a gente não tem condições de estimar a recuperação", explicou a delegada. "Os procedimentos foram concluídos sem o interrogatório do investigado e remetidos para apreciação do Poder Judiciário", completou.
A delegada ainda explicou que após as denúncias começarem a aparecer, o pastor foi submetido a um conselho com os líderes da instituição, no qual foi oferecido a ele a possibilidade de renunciar ao cargo ou de continuar e ser aberto um processo administrativo para apurar a conduta. "Ele preferiu firmar uma carta a próprio punho renunciando ao ministério", disse.
Apesar das denúncias contra o homem, a delegada explicou que não foi feito o pedido de prisão preventiva porque ele "em nenhum momento se furtou à intimação, se colocou à disposição para ser inquirido, embora contrariamente à recomendação médica". "Mas, havendo motivos justificados para que a gente peça a prisão e ele responda de maneira encarcerada aos procedimentos, isso será feito. A gente não vislumbrou a possibilidade no momento, mas isso pode mudar no futuro", disse.
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