Na manhã desta segunda-feira (22), a polícia prendeu um estudante de 25 anos que persegue a presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, a delegada Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, desde dezembro de 2020. O jovem a ameaçou, com mensagens enviadas nas redes sociais, de estuprá-la, decapitá-la, esquartejá-la e matá-la. No entanto, após depoimento, ele foi liberado. As informações são do portal UOL.
O estudante, que mora no Jardim Santa Cândida, em Diadema, no ABC Paulista, usava três perfis diferentes no Facebook para enviar mensagens à delegada. "Dentre elas: 'Juro por Deus que vou enfiar uma bala na sua cabeça e depois voltar para meu paraíso', além de demais xingamentos misóginos", de acordo com relatório da Polícia Civil.
No mandado de busca, "foram identificadas fotos em que o infrator mostrava armas de fogo" e, hoje, na operação, "foram apreendidas duas réplicas de arma de fogo, uma foice e um aparelho celular". O homem foi conduzido até a Divisão de Crimes Cibernéticos com seu pai. Depôs e foi liberado porque, segundo a polícia, não houve flagrante.
Um boletim de ocorrência foi registrado contra o estudante pelos crimes de ameaça e injúria. Na delegacia, a vítima disse que ele tentou se filiar ao sindicato em que ela trabalha após preencher a ficha cadastral disponibilizada no site da entidade.
A secretaria do sindicato suspeitou da tentativa de filiação e ligou para ele para confirmar alguns dados e, na ligação, ele pediu para falar com a presidente do sindicato, pois disse ter interesse em ser policial. O jovem foi orientado a prestar concurso público e depois disse que Raquel não respondia suas mensagens. Foi aí que a delegada percebeu que, desde dezembro, ele mandava diversas mensagens de ódio para ela.
O portal tentou contatar o acusado e sua defesa, mas não teve resultado. A polícia informou que não pode ceder informações sobre as alegações do estudante na delegacia.
Delegada não teve acesso ao caso
Em entrevista ao portal, a delegada afirmou que não teve acesso ou interferência aos atos de polícia judiciária, inclusive pela "lisura do processo". "Com quase dez anos como delegada de polícia, é a primeira vez que saio como vítima. Percebo que a vulnerabilidade da mulher independe dela ser delegada ou juíza, por exemplo. Fui ameaçada de morte, decapitação, estupro e esquartejamento", afirmou.
"A Polícia Judiciária, prontamente, em 4 de fevereiro, já identificou, iniciou as investigações, e, somente depois de 40 dias, o Poder Judiciário definiu o mandado de busca e apreensão com urgência. Essa vulnerabilidade que fica sem toada com a falta de celeridade do judiciário para mulheres. Eu que sou delegada de polícia, ando armada e me senti vulnerável", acrescentou.
A delegada se disse orgulhosa do trabalho da Polícia Civil na prestação que lhe foi dada no caso. "Agradeço a competência e eficiência da divisão de crimes cibernéticos do Deic que rapidamente investigou e solucionou o caso", concluiu.
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