Hackers poderão ser soltos após audiência de custódia nesta terça

Os quatro suspeitos presos pela invasão de celulares de autoridades, entre elas o ministro Sergio Moro (Justiça) e o presidente Jair Bolsonaro (PSL), serão ouvidos nesta terça-feira, 29, pelo juiz federal Vallisney de Souza, em audiência de custódia. O procedimento é obrigatório para se verificar a necessidade e legalidade da detenção de qualquer suspeito e, nele, o magistrado pode determinar a soltura de qualquer um deles.
© Mateus Bonomi/Folhapress Walter Delgatti Neto, preso na Operação Spoofing, chega à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília
Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Elias Santos e Suelen de Oliveira foram presos na última terça-feira, 23, na Operação Spoofing, da Polícia Federal, por ordem do próprio Vallisney. De acordo com as investigações, a invasão aconteceu a partir do acesso a um código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para entrar na conta do aplicativo.
Conhecido como “Vermelho”, Delgatti Neto afirmou à PF ser o responsável pela invasão. Aos investigadores, ele disse que não editou as mensagens de membros da Operação Lava Jato antes de repassá-las ao site The Intercept Brasil, que as divulgou, e que acredita não ser possível fazer esta alteração em razão do formato utilizado pelo aplicativo Telegram. O hacker declarou ter procurado o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site, de forma voluntária e que não recebeu nenhum valor em troca.
Em seu depoimento, o hacker também afirmou que procurou a ex-deputada federal Manuela D’Avila (PCdoB-RS) para colocá-lo em contato com o jornalista. A gaúcha confirmou que colocou o hacker em contato com Greenwald. “Apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald”. Ela está em viagem para um curso no exterior e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos quando retornar.
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